segunda-feira, 27 de maio de 2013

Gilberto Kassab: Segurança, rigor e planejamento

Impossível não ouvir o grito de socorro que ecoa das pesquisas de opinião contra a violência que assola o cidadão. A última estatística da Secretaria da Segurança de São Paulo confirma: neste ano, o Estado já registrou 1.500 homicídios. Na Grande São Paulo, no mesmo período, houve um aumento de 74% no número de latrocínios. O governo do Estado anuncia bônus, promete aumentar o número de policiais, dar força para a Polícia Científica... Mas a verdade é que não se pode improvisar políticas consistentes de segurança. No diálogo constante com a sociedade, por meio do nosso Espaço Democrático, o PSD tem a segurança como uma de suas prioridades. Hoje vamos receber o secretário da Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, para mais um debate. A violência desafia os cariocas, mas bate de frente com um trabalho árduo, que não se apoia em pacotes de véspera de eleição. É um problema que o governo federal enfrenta com consistência no Rio em parceria com o governo estadual. Desde a sua fundação, o PSD registra em pesquisas um retrato preocupante: o brasileiro exige penas mais severas contra quem comete homicídio, estupro e tráfico de drogas. Quase 90% dos cidadãos são favoráveis à diminuição da maioridade penal. O que, afinal, o poder público pode fazer e não faz? Concordamos que nossos jovens devam ter boas escolas. Como prefeito, deixamos a retórica de lado. Fechamos escolas de lata, ampliamos os CEUs e aumentamos o horário escolar em quase 100% da rede municipal. Enquanto isso, o Seade revela que, entre 2009 a 2011, a evasão escolar na rede estadual paulista subiu de 4,6% para 5,3% e na região metropolitana saltou de 4,5% para 5,8%. É um aumento desastroso: mais de 84 mil jovens deixaram o ensino médio em 2011. Estudo do Ipea revela a dimensão desse desastre, ao relacionar três prioridades para conter a criminalidade no Brasil: a diminuição da evasão escolar, o aumento do efetivo policial e mais prisões. A verdade é que os Estados precisam agir urgentemente para ajudar o Brasil a diminuir a taxa anual de 20,4 homicídios por 100 mil habitantes --a ONU fixa como limite epidêmico de violência a metade dessa taxa: 10 homicídios por 100 mil/habitantes. O recado é claro: não há espaço para vacilação ou meias soluções. Autoridade que age com rigor sofre desgastes. Sofre sim, senhor. Fui atacado ao fechar estabelecimentos comerciais irregulares nos Jardins. Ao criar o projeto Cidade Limpa. Ao propor ao Estado a criação da Operação Delegada. Sofri ataques ferozes quando assinei convênio com a Polícia Federal, o Judiciário e o Estado para conter, junto com a Guarda Civil Metropolitana, o contrabando e o comércio ilegal de camelôs irregulares. Resisti, fomos em frente. Ganhei adversários, mas fiz o que o cargo e a cidade exigiam de mim. Temos em São Paulo, na área da segurança, profissionais preparados. Eles precisam apenas de uma rota segura, de uma política clara, que não seja pautada pela oscilação dos índices de criminalidade. Décadas de ação e trabalho nessa área já deveriam ter trazido resultados mais permanentes para a segurança dos paulistas. GILBERTO KASSAB, 52, engenheiro e economista, foi prefeito da cidade de São Paulo (2006-2012)

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