quarta-feira, 6 de março de 2013

PSD discute propostas para combater o crime

  
A unificação das polícias, a centralização das ações de combate ao crime e o estímulo à participação dos cidadãos na questão da segurança pública, questionando e exigindo providências das autoridades, foram algumas das propostas apresentadas nesta segunda-feira, 4, durante o debate promovido pelo Espaço Democrático – fundação do PSD para estudos e formação política.
O evento, cujo objetivo foi avaliar iniciativas na área de segurança pública que poderão servir de subsídio ao programa partidário do PSD, foi transmitido on-line pela internet e assistido por internautas de todo o País, que puderam enviar sugestões e perguntas.
O encontro teve a mediação do presidente do Espaço Democrático, vice-governador de São Paulo Guilherme Afif, e a participação de três dos maiores especialistas brasileiros em segurança pública: o coronel da reserva da PM paulista, José Vicente da Silva; o consultor Túlio Kahn; e o vereador paulistano pelo PSD, Coronel Camilo.

Consultor do governo paulista e do governo federal na área de segurança, o coronel José Vicente da Silva defendeu a ideia de que o PSD, um partido novo, deve ter a ousadia que a Constituinte não teve: “As duas polícias – Civil e Militar – são como jabuticabas institucionais, coisa rara no mundo”, criticou. “No mundo todo há estrutura interligada entre prevenção e investigação. Precisamos encarar com responsabilidade e coragem a necessidade de mudança e criar polícia única, com chefe único, unidade de comando, estrutura, cultura”, defendeu.

Polícia do cidadão
Por sua vez, Coronel Camilo, vereador em São Paulo pelo PSD, destacou que na maior cidade do País a relação da Polícia Militar com a sociedade mudou muito nos últimos anos. “Isto porque a polícia deixou de ser uma polícia do Estado e passou a ser uma polícia do cidadão”.
Para ele, a transformação ocorreu depois da definição de três princípios que passaram a orientar a ação policial: respeito aos direitos humanos, gestão e a ideia de polícia comunitária. “O Estado tem que mostrar a polícia para que o cidadão a conheça. Precisamos mostrar quem é o policial, um jovem que decidiu colocar uma farda e servir a sociedade, gente que pode morrer por pessoas quem nem virá a conhecer”. Coronel Camilo acredita que é preciso um trabalho de comunicação muito forte para que a interação entre o cidadão e o policial seja plena.

José Vicente lembrou que o Brasil está classificado entre os seis países mais violentos do mundo. Segundo ele, “nos últimos 10 anos tivemos mais de 1 milhão de mortes violentas e isso significa um custo muito alto para o País: além de vidas, perdemos cerca de R$ 1 trilhão”.
Ele lembrou ainda que a violência continua crescendo – o índice de mortes por 100 mil habitantes passou de 26,1 no governo Fernando Henrique Cardoso para 26,6 no governo Lula. “E isso ocorreu apesar da queda expressiva no número de mortes no Estado de São Paulo, que é um exemplo de eficiência inclusive internacional. Sem considerar a redução de mortes registrada em São Paulo, o índice brasileiro salta para 30 mortes violentas por 100 mil habitantes”, disse o especialista.

Por sua vez, Túlio Kahn, que é consultor do Espaço Democrático e já atuou na área de segurança pública dos governos paulista e federal, lembrou que a relação entre crime e renda per capita não é linear. “A pior situação ocorre em países com renda média, como o Brasil”, disse, lembrando que isso explica a queda no índice de crimes verificada nas regiões Sul e Sudeste e o crescimento verificado no Nordeste.
Kahn, que vem colaborando com a elaboração do programa partidário do PSD, lembrou que o partido encara a violência como um obstáculo ao desenvolvimento do País. “A sensação de insegurança afasta investidores e turistas do País, o que significa um custo alto para o futuro”.

Participação
Este foi o quarto debate do ciclo “Desatando os nós que atrasam o Brasil”, que já analisou os temas “Brasil, visão estratégica”, “Pacto Federativo, como garantir mais recursos para as cidades” e “Economia criativa e empreendedorismo”. Nas próximas semanas, serão realizados seminários que debaterão a necessidade de investimentos na infraestrutura do País (em 18 de março) e os desdobramentos da lei que tornou obrigatória a discriminação dos impostos nas notas fiscais (1 de abril).

Esses encontros são parte de um processo ousado e inovador, em que foi estimulada a participação de filiados e simpatizantes de todo o País no debate sobre as propostas a serem defendidas pelo partido.
Como deixou claro desde a sua criação, o PSD optou por um caminho diferente na formulação de seu programa de ação. Em vez de se apresentar um programa previamente elaborado por especialistas e políticos, o PSD estabeleceu um processo aberto e participativo.

Além de colocar ferramentas virtuais à disposição de seus integrantes – para facilitar o debate de ideias – o partido promoveu eventos em todo o País para apresentar suas diretrizes básicas e ouvir as lideranças e militantes locais sobre o que esperam do partido e o que querem para o Brasil.

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