segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Se a população não confia na polícia, informação não chega, diz especialista

Edição do dia 23/11/2012
23/11/2012 11h33 - Atualizado em 23/11/2012 11h33

Para cientista político Tulio Kahn, solução para conter onda de violência no estado de São Paulo seria retomar a política de integração das polícias.

 
 
O novo secretário de Segurança de São Paulo, Fernando Grella, tem a missão de enfrentar a maior onda de violência no estado dos últimos seis anos. Apenas em outubro, foram registrados 176 assassinatos. Para o cientista político e consultor em segurança Tulio Kahn, a solução é retomar a política de integração das polícias, o policiamento comunitário e os conselhos comunitários de segurança. “Informação é a matéria prima da polícia. Se a população não confia na polícia, essa informação não chega”, afirma.
O ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo Ronaldo Marzagão defende a união das forças policiais, mas destaca problemas estruturais. “A questão é muito mais ampla, envolve reformas estruturais na polícia, no judiciário e no Ministério Público”, diz. Segundo ele, é importante que as medidas de combate à criminalidade sejam acompanhadas de respeito aos direitos do cidadão.
O crime organizado também coloca os policiais na mira: este ano, 94 foram mortos. “São Paulo sempre teve um padrão de letalidade policial elevado. Na capital, 20% das mortes ocorrem em confronto. Você tinha uma situação anterior onde se estava lidando com criminosos individuais, a coisa é totalmente diferente quando se lida com uma facção organizada”, aponta Kahn.
Marzagão acredita que o momento de dificuldade será superado, mas faz um alerta: “A sociedade cobra pouco. Por fatores culturais, o brasileiro é acomodado, mas ele tem que cobrar mais das três esferas de governo, porque São Paulo não existe isoladamente”.

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