O cientista político e sociólogo Tulio Kahn defendeu a criação de um sistema de dados e coleta de informações pelas empresas de comunicação membros da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), durante o painel “Perdendo a batalha contra a violência?”, no último dia da 68ª Assembleia-Geral da SIP.
Além das mortes, é necessário contabilizar todos os tipos de ameaça contra a imprensa, segundo Kahn. “Desta forma é possível mapear o modus operandi da violência de acordo com o país ou região e proteger melhor os profissionais”. No Brasil, a maior parte dos casos de morte de jornalistas nos últimos anos ocorreu fora do eixo Rio-São Paulo.
Os jornais também têm deixado de fazer uma cobertura ampla da criminalidade nas grandes metrópoles, de acordo com o sociólogo. Em 2011, a cobertura de várias modalidades de crimes por parte dos dois maiores periódicos da Capital paulista não chegou a 1%.
Em entrevista ao Correio, Kahn afirmou considerar natural os jornais darem maior visibilidade à violência cometida a pessoas conhecidas ou crimes passionais. No entanto, é importante os repórteres estarem atentos às estatística criminais. “É necessário contextualizar. Perceber as oscilações dos números, verificar porque os fenômenos acontecem”, disse o sociólogo.
Khan também criticou a cultura dos três mitos- hiperdimensão, hiperpericulosidade e impunidade-, que, segundo ele, impera na imprensa. “É por conta desses vícios da cobertura dos jornais que a redução da maioridade penal tem grande apoio popular, por exemplo”, afirmou. Leis criadas às pressas, frutos de casos de violência de grande repercussão na mídia, também se mostram ineficazes no futuro, de acordo com Kahn. “A Lei de Crimes Hediondos, criada após o assassinato da Daniela Perez, não teve efeito na diminuição de crimes quando foi criada. Os números só começaram a cair 10 anos mais tarde, com o Estatuto do Desarmamento”.
Além das mortes, é necessário contabilizar todos os tipos de ameaça contra a imprensa, segundo Kahn. “Desta forma é possível mapear o modus operandi da violência de acordo com o país ou região e proteger melhor os profissionais”. No Brasil, a maior parte dos casos de morte de jornalistas nos últimos anos ocorreu fora do eixo Rio-São Paulo.
Os jornais também têm deixado de fazer uma cobertura ampla da criminalidade nas grandes metrópoles, de acordo com o sociólogo. Em 2011, a cobertura de várias modalidades de crimes por parte dos dois maiores periódicos da Capital paulista não chegou a 1%.
Em entrevista ao Correio, Kahn afirmou considerar natural os jornais darem maior visibilidade à violência cometida a pessoas conhecidas ou crimes passionais. No entanto, é importante os repórteres estarem atentos às estatística criminais. “É necessário contextualizar. Perceber as oscilações dos números, verificar porque os fenômenos acontecem”, disse o sociólogo.
Khan também criticou a cultura dos três mitos- hiperdimensão, hiperpericulosidade e impunidade-, que, segundo ele, impera na imprensa. “É por conta desses vícios da cobertura dos jornais que a redução da maioridade penal tem grande apoio popular, por exemplo”, afirmou. Leis criadas às pressas, frutos de casos de violência de grande repercussão na mídia, também se mostram ineficazes no futuro, de acordo com Kahn. “A Lei de Crimes Hediondos, criada após o assassinato da Daniela Perez, não teve efeito na diminuição de crimes quando foi criada. Os números só começaram a cair 10 anos mais tarde, com o Estatuto do Desarmamento”.
enviada por Cecília Polycarpo
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