quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Crescimento dos roubos no Brasil em 2013

Analisando a tendência dos últimos meses, observamos aumentos significativos nas taxas de variação dos roubos (comparadas ao mesmo mês do ano anterior) nos Estados de SP, RJ, MG, RS, MT e GO e diminuição no ritmo na queda dos roubos em MS e SC. Tomando as médias das oito UFs, vemos que o primeiro semestre de 2012 começa ruim mas que no segundo semestre a situação volta a melhorar ligeiramente em alguns Estados. O movimento fica mais claro quando alisamos as tendências tomando as médias móveis dos últimos cinco meses, para eliminar oscilações perturbadoras. Analisando as médias móveis – que nos permitem inclusive fazer uma previsão grosseira do ritmo do crescimento dos roubos nos próximos meses – vemos com maior clareza o esgotamento de uma fase de baixa por volta do final de 2012 e o início de uma fase de alta em 2013. Há uma queda linear nas taxas de crescimento dos roubos entre janeiro e dezembro de 2012 e um aumento linear a partir de então. O comportamento individual de cada Estado varia ligeiramente mas pode-se discernir um padrão geral. Se estamos diante de um padrão geral “nacional”, então é preciso buscar causas gerais que o expliquem e aqui a conjuntura econômica é a melhor candidata. Os ciclos criminais, principalmente dos crimes patrimoniais, seguem de perto os ciclos econômicos e diversos indicadores de curto prazo sugerem uma deterioração da conjuntura econômica nacional nos últimos meses. (O índice de expectativa do consumidor ICC e o índice de cheques sem fundo em geral preveem adequadamente a evolução dos crimes patrimoniais) Alternando entre o mundo do crime, desemprego e subemprego, os criminosos oportunistas estão em geral entre os primeiros a sofrer com a deterioração do cenário econômico. O crescimento dos roubos, frequentemente, antecipa a piora da economia, funcionando como um lead indicator. O crescimento nos roubos, neste sentido, não só reflete como sugere uma piora futura da economia no curto prazo. Hipóteses tentativas Notem-se em particular os crescimentos acentuados dos roubos nos meses de junho e julho. Além da conjuntura econômica, é possível especular que as manifestações de junho tenham contribuído para este aumento, não apenas pelo deslocamento de efetivos policiais durante a crise como principalmente pelo clima geral de desordem provocado. Esta sensação de desordem e de ausência de autoridade, além dos saques e depredações nos dias de manifestação, pode ter contribuído para que muitos criminosos oportunistas avaliassem que era um bom momento para agir. Se as duas explicações tiverem algum fundamento, estamos diante de forças opostas: a continuidade da deterioração econômica tenderá a forçar os índices para cima enquanto a pacificação social terá efeito inverso. O mais provável é que tenhamos aumento moderado dos roubos nos próximos meses, ainda que num ritmo menor dos que os observados durante as jornadas de junho.

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