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sexta-feira, 23 de maio de 2014
Ainda sobre a redução da violência em São Paulo
Publicado em 22 de maio de 2014 por Joana Monteiro
No meu último post, escrevi sobre a influência da demografia na redução da violência em São Paulo. Entretanto, a demografia não foi a única coisa que mudou em São Paulo nos últimos 20 anos, nem é o único fator apontado por especialistas como causas da redução da violência no estado. Também contribuíram: a redução de fatores de risco e as melhoras na gestão da polícia.
Dentre as medidas para reduzir fatores de risco, destacam-se:
A campanha do desarmamento. São Paulo implementou pioneiramente uma campanha do desarmamento em 1997, exigindo recadastramento de armas, aumentando o rigor na concessão de novas licenças e aumentando a apreensão de armas. Além disso, o estado foi destaque na campanha nacional de desarmamento iniciada em 2004, após a aprovação do estatuto do desarmamento. O estudo “Menos Armas, Menos Crimes” de Daniel Cerqueira e João De Mello estima que para cada 1% de redução nas armas em circulação no estado de São Paulo devido ao estatuto do desarmamento, houve uma redução média de 2% na taxa de homicídios.
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Fonte da imagem: http://jornalocapixaba.com.br/2013/12/campanha-do-desarmamento-chega-a-pinheiros/
Lei Seca. Entre 2001 e 2004, vigorou em 16 municípios da região metropolitana de São Paulo uma Lei Seca que determinava o fechamento de bares entre 11 da noite e 6 da manhã, com o objetivo de limitar a venda e consumo de álcool. O estudo “Dry Laws and Homicides: evidence from the São Paulo Metropolitan Area” de Ciro Biderman, João De Mello e Alexandre Schneider estima que a Lei Seca contribuiu para uma queda de 10% dos homicídios na região metropolitana de São Paulo.
O estado também liderou inúmeras inovações na área de segurança pública. Tulio Kahn lista inúmeras medidas que o estado implementou no livro “É Possível. Gestão de Segurança Pública e Redução da Violência em São Paulo”, organizado por Fernando Veloso e Sérgio Ferreira. Dentre as medidas que ele descreve, destacam-se as inovações tecnológicas e gerenciais. As primeiras são no sentido de aumentar a qualidade da informação que polícia possui sobre crimes e criminosos. Neste grupo, Tulio ressalta a criação de três ferramentas:
■O Copom-online, que é um sistema que permite disponibilizar em tempo real informações sobre a dinâmica da criminalidade em mapas, permitindo que os comandantes realoquem policiais de acordo com as demandas do momento.
■O Infocrim, que centraliza dados sobre crime e permite a identificação geográfica de manchas criminais, por tipo de crime, dia e hora.
■O Fotocrim, um cadastro de mais de 300 mil criminosos procurados, cumprindo pena ou presos em flagrante, permitindo a identificação fotográfica, modus operandi e região de atuação dos suspeitos de crimes e facções criminosas.
Tulio Kahn lista muitas outras medidas em seu blog, mas acredita que essas ferramentas não teriam sido bem utilizadas se não tivesse havido o segundo conjunto central de inovações, que envolvem a gestão da polícia. Nesse grupo, inclui-se a adoção de critérios técnicos e padronizados nas operações policiais; e a organização de reuniões periódicas nas quais os principais gestores da polícia se reúnem para verificar as grandes tendências de criminalidade em cada região do estado. Em certa medida, essas reformas seguem o modelo do Compstat, implementado pioneiramente em Nova Iorque, e que busca uma gestão por resultados, que se baseia fortemente em informações e dados para orientar a ação da polícia.
Com tantas mudanças implementadas ao mesmo tempo, é muito difícil identificar a contribuição de cada uma delas na redução da violência em São Paulo. Mas o número de inovações listadas acima no mínimo sugere que a polícia não ficou parada observando a queda da violência no estado. De todo modo, a experiência de São Paulo exemplifica a mensagem do livro do Fernando Veloso e do Sergio Guimarães: é possível reduzir a violência usando de forma mais eficiente os recursos existentes.
terça-feira, 15 de abril de 2014
Blog do Roldão Arruda resume debate sobre política de drogas
14.abril.2014 22:00:45
Para secretário nacional, diferença entre usuário e traficante de maconha ainda não está clara
Em debate realizado nesta segunda-feira, 14, sobre a descriminalização da maconha, o titular da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Vitore Maximiano, observou que até hoje “não estão claras no Brasil as balizas entre quem porta drogas para consumo próprio e para comercializar”. Essa indefinição, na avaliação dele, “tem levado a um número exagerado de prisões”.
O debate, denominado Maconha Livre: Problema ou Solução foi organizado pelo Espaço Democrático, fundação do PSD para formação política, com transmissão pela internet.
Apesar do tema estar bem definido, na maior parte do tempo os debatedores evitaram dar opiniões claras e diretas sobre a descriminalização. Preferiram tratar de temas gerais, como a prevenção do consumo de drogas entre adolescentes, problemas de segurança e de saúde pública.
As duas intervenções mais diretas foram as da ex-vice-prefeita de São Paulo, Alda Marco Antonio (PSD), cotada para ser a vice de Gilberto Kassab (PSD) na disputa para o governo de São Paulo, e a do sociólogo Túlio Kahn, coordenador do Conselho Temático de Segurança Pública do Espaço Democrático.
“Se legalizar, como vou dizer a um adolescente para que não use maconha? Ele vai me responder que é legal”, disse Alda. “É por essa razão que sou absolutamente contra a liberação. Quero ajudar os grandes contingentes de jovens que ainda não provaram a droga. Quem defende a descriminalização está preocupado com redução de danos, enquanto eu me preocupado com a prevenção.”
Kahn lembrou que a maconha já foi liberada em alguns países para uso recreativo e até mesmo economistas de tendência liberal vêm aprovando a ideia, na medida em que beneficia a economia, com o recolhimento de impostos sobre uma atividade antes ilegal.
“O mercado existe e atualmente só beneficia o traficante. A mudança poderia beneficiar também o Estado, que teria mais recursos para o tratamento de dependentes de drogas”, disse o sociólogo.
Kahn contestou o argumento de que a maconha é a porta de entrada para outras drogas, consideradas mais pesadas. “Países que liberaram não tiveram impacto significativo no aumento de usuários”, afirmou.
O estudioso observou ainda que a maconha, embora ocupe 80% do mercado de drogas, é responsável por uma fatia de 20% dos lucros.
O médico Januário Montone, que chefiou a Secretaria Municipal de Saúde na gestão de Kassab à frente da Prefeitura de São Paulo, defendeu a realização de um plebiscito sobre a descriminalização.
O PSD é o terceiro maior partido País em número de deputados, atrás do PMDB e do PT.
Acompanhe o blog pelo Twitter – @Roarruda
quarta-feira, 9 de abril de 2014
Debate em 14/4 sobre política de drogas, na Fundação Espaço Democrático
É possível acompanhar on-line o programa, a partir das 19:00
Detalhes no link abaixo:
http://www.psd.org.br/noticia/debate-no-espaco-democratico-maconha-livre-e-problema-ou-solucao/
terça-feira, 1 de abril de 2014
Copa vai pegar auge dos roubos no pais
Em agosto de 2013 publicamos um post neste blog mostrando o início de um ciclo de alta dos crimes patrimoniais em diversos Estados, ciclo que teve início por volta de dezembro de 2012. As estatísticas divulgadas neste início de 2014 mostram que o ciclo está longe de se esgotar, que ainda não atingiu seu pico e em alguns Estados o crescimento dos roubos está acelerando.
Em Goias tivemos aumentos em janeiro e fevereiro - sempre com relação ao mesmo período do ano anterior, de 42 e 40,3% nos roubos. Em Minas de 32,6 e 36,8% nos crimes patrimoniais violentos, no Mato Grosso de 41,4 e 51,4%. No Mato Grosso do Sul os números foram 28,9 e 29,4% de crescimento (apenas Capital). Em São Paulo de 32,4% em janeiro e 37,2% em fevereiro. No Rio de Janeiro, o aumento foi de 55,7% ! comparando janeiro com janeiro de 2013.
A tabela abaixo traz as variações dos roubos, alisadas em médias trimestrais para tornar o fenômeno mais visivel:
Como sugere a generalidade do crescimento dos roubos em diversos Estados, o fenômeno não se deve apenas a problemas individuais de gestão, mas a causas comuns relacionadas aos ciclos econômicos: baixo crescimento do PIB, queda na confiança do consumidor, crescimento dos cheques sem fundo, etc. - ainda que as taxas de emprego estejam em patamares elevados.
Os turistas estrangeiros precisam estar preparados para este cenário, alertados sobre como se comportar numa situação de roubo, que os brasileiros já conhecem bem: não carregar bens e não reagir.
É um escândalo que um pais que não resolveu seus problemas básicos de segurança gaste dinheiro público com estádios e desloque seus parcos recursos policiais para a proteção do evento.
Salve a seleção e salve-se quem puder!
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Número de roubos no Estado em janeiro é suspeito pois está além do esperado
A SSP informa para janeiro 26987 roubos no Estado, quantidade que está acima de 3 desvios padrão da média...Era esperado um aumento pois os crimes patrimoniais estão crescendo em outros estados e apresentava tendência de crescimento em SP. Tendência agravada pela deterioração da economia no período, como se vê, entre outros indicadores, pela queda no ICC - índice de confiança do consumidor - que costuma ter uma relação inversa com os roubos. Mas suspeito que o crescimento apontado pode eventualmente se dever a erro de cálculo pois o crescimento foi demasiado. Se não foi erro de cálculo, a situação é bem pior do que imaginávamos...
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
Quer saber a tendência de roubo de veículos? Pergunte ao Google !
A análise do chamado “big data” é uma tendência crescente no setor privado. A ideia básica é buscar correlações ocultas entre fenômenos usando bases de dados gigantescas de informações coletadas junto aos consumidores e usuários, complementando-as ou não com informações de outras fontes.
O Big Data não pretende fazer ciência ou discutir causalidade (embora os profissionais se denominem data scientists), pois o mercado não tem tempo nem vocação para isso. Correlação, como sempre se diz, não é causação; significa apenas que dois fenômenos variam juntos no tempo (ou no espaço), mesmo que a ligação entre eles seja espúria. Conhecendo a correlação você pode fazer boas previsões e talvez obter algum insight sobre porque algumas variáveis se comportam de maneira parecida. Neste campo ninguém está muito preocupado em saber porque a previsão funciona: basta que funcione, abordagem aliás compartilhada por muitos epidemiologistas, com sucesso na área da saúde.
Big Data não serve somente pra aumentar as vendas e pode ser usado para outras finalidades mais nobres: um exemplo interessante e bastante citado é o da previsão de epidemia de gripe feita pela Google, com base nas buscas dos usuários usando palavras chave ligadas a sintomas e tratamento da doença. Evidências comparando as previsões do google flu com os dados epidemiológicos oficiais da saúde mostraram que o sistema produz previsões acuradas, mais rápidas e baratas sobre surtos de gripe nos Estados Unidos.
E como anda a discussão sobre big data no campo da segurança pública? Os departamentos de polícia lidam com bases de dados gigantescas com informações sobre eventos criminais, vítimas e suspeitos, veículos e armas, entre outras. Apenas algumas unidades de análise contam com recursos mais sofisticados para ficar buscando correlações estatísticas; na prática, na maioria das unidades o máximo que se faz é usar as informações passadas para mapear hot spots criminais no espaço e no tempo, ou seja, ruas e horários de maior incidência criminal. Fazer perfis de vítimas e autores são outro uso comum mas a cultura do big data é ainda incipiente. Inspirado em Big Data, há um aperfeiçoamento das técnicas para estimar hot spots, que são as análises preditivas, com novos softwares e algoritmos, como o Predpol que, tal como no filme Minority Repport, promete refinar as sugestões de locais e horários para operações policiais. Seu uso vem se disseminando nos departamentos de polícia e é algo para se monitorar de perto.
Há pouco tempo, o Google disponibilizou um recurso chamado google correlate, que, como o nome sugere, permite correlacionar dados inseridos pelo usuários com buscas feitas pelos usuários do google na internet, para um dado período e país. A lógica subjacente é a do big data: buscar correlações elevadas, sem preocupações causais, para prever eventos ou obter insights para melhor compreendê-los.
Como um experimento, inserimos no google correlate a série histórica de roubo de veículos no Estado de São Paulo entre janeiro de 2004 e junho de 2013. Inserida a série, o sistema busca automaticamente as palavras e expressões dos usuários que mais se “parecem” com ela, usando coeficientes de correlação de Pearson. O analista pode também escolher períodos específicos e defasar ou adiantar a série por quantos períodos desejar, uma vez que nem sempre a correlação temporal entre fenômenos é simultânea.
O experimento, apesar das limitações ( por exemplo, temos apenas as buscas para Brasil e não especificamente para São Paulo; o sistema mostra a correlação mas não a quantidade de casos usada para obtê-la, etc) trouxe alguns resultados bastante interessantes: o sistema não tem como saber sobre o que trata a série de dados inserida (no caso, roubo de veículos) mas mesmo assim encontrou correlações com vários fenômenos relacionados a veículos. Além disso, as palavras chave que apareceram estão associadas ao problema do desmanche de veículos, uma das motivações principais para roubo de veículos em São Paulo.
Assim, por exemplo, as variações mensais nos roubos de carros entre 2004 e 2013 coincidem com as consultas dos usuários, no mesmo mês, para as expressões “peça” (R=0,79) e “nacional wolksvagen” (r=0.73). A correlação com a busca “nacional wolksvagen” cresce para 0.78, se defasarmos a série em um mês (t-1), ou seja: o volume de roubo de veículos num determinado mês está associado a buscas no google usando esta expressão, no mês anterior.
Igualmente interessante é que quando defasamos a série para outros períodos encontramos correlações elevadas em t-2 com a expressão “multa Detran” (r-0.76) e em t-3 com a procura no google por “auto som” (r=0.79).
Obviamente que não se pode tirar grandes conclusões desses achados mas não deixa de ser interessante notar que, sem saber do que se tratavam os números, que poderiam ser sobre produção de rosquinhas, o google correlate sugere que a variação mensal do roubo de veículos em São Paulo está altamente correlacionada a buscas de usuários brasileiros usando as palavras chave peças, nacional wolksvagen, multa Detran e auto som no mesmo mês ou nos meses anteriores. Parece sugerir que o roubo de veículo está relacionado a demandas no mercado ilegal de peças e equipamentos automotivos e talvez a fraudes (falsos registros de roubos em veículos com multas elevadas).
Conhecer a causa por traz dos fenômenos é sempre importante. Diz se que no período da Peste Negra na Europa acreditava-se que os ratos transmitissem a doença, quando na verdade era a pulga presente nos ratos. Esta correlação espúria peste-ratos provavelmente causou a morte de milhares de pessoas pois ao eliminar os ratos, as pulgas mais facilmente proliferavam entre os seres humanos...
Os adeptos do big data não lidam com temas tão cruciais quanto a peste negra e seu maior interesse é aumentar as vendas. Não importa se a correlação é espúria ou não mas que a correlação exista e seja forte. Se o seu interesse não é combater o roubo de veículos mas calcular valor de seguro ou estimar riscos e tendências, não é preciso esperar pelas estatísticas oficiais de criminalidade. Vá ao Google Trends munido de algumas palavras chave que se correlacionam ao fenômeno de interesse e terás uma excelente previsão das tendências associadas a ele.
O estudo das causas precisa de técnicas e análises mais sofisticadas e ai não há substituto para o bom e velho método científico mas, como vimos, big data e correlações podem dar boas pistas pra começar!
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
Um retrato dos roubos em SP
Um retrato dos roubos em SP
30 de janeiro de 2014 | 2h 09
Notícia
O Estado de S.Paulo
Levantamento inédito da Coordenadoria de Análise e Planejamento da Secretaria da Segurança Pública, com base nos Boletins de Ocorrência (BOs) registrados entre janeiro de 2001 e julho de 2013, aponta um aumento alarmante dos índices de "reiteração criminal" no Estado de São Paulo. Essa expressão foi usada pelos autores da pesquisa para diferenciá-la do conceito de reincidência criminal, que é aplicado aos crimes transitados em julgado com, no máximo, cinco anos de intervalo.
Divulgada na mesma semana em que a Secretaria da Segurança anunciou que o número de veículos roubados no Estado em dezembro foi o maior dos últimos 12 anos, a pesquisa não abrangeu as Varas de Execução Penal. A análise limitou-se apenas às estatísticas da Secretaria, que só no ano passado registrou uma média mensal de 29.320 BOs de roubos. A média vem aumentando em velocidade preocupante. Entre 2011 e 2013, ela foi de 27.440 BOs desse tipo de delito.
Segundo o levantamento da Secretaria da Segurança Pública, de cada dez acusados de roubo no período analisado, sete voltaram a praticar o mesmo tipo de crime. Os autores do levantamento alegam que, como falta um padrão na redação dos BOs e muitos deles contêm erros de preenchimento, o índice de reiteração pode ser mais alto.
A pesquisa da Secretaria da Segurança Pública também mostra que, dos ladrões que voltaram a delinquir, 41% tinham menos de 18 anos quando roubaram pela primeira vez. Entre os ladrões que reiteraram no mesmo tipo de delito, 98% realizaram pelo menos três outros roubos e os 2% restantes repetiram o crime mais quatro ou cinco vezes. Já o intervalo entre a primeira e a última reiteração é mais bem distribuído. Foi de um ano em 22% dos casos, de dois anos em 29%, de três a quatro anos em 32%, de cinco a sete anos em 15% e de oito anos ou mais em cerca de 2% dos casos.
O levantamento mostra ainda que, quanto maior o número de reiterações desses ladrões, menor é a idade com que cometeram o primeiro ilícito. O estudo identificou criminosos que entraram no mundo do crime aos 12 anos. O secretário Fernando Grella Vieira ficou surpreso com os resultados do estudo. "Sabíamos que tinha reiteração, mas não sabíamos o porcentual. Não é possível que uma pessoa apareça com porcentual tão elevado de reiterações sem resposta efetiva", afirmou. "Os dados parecem confirmar um fato evidenciado na literatura de carreiras criminais: um número pequeno de criminosos 'produtivos' é responsável por uma parcela desproporcional de crimes", afirma o ex-diretor do Departamento Nacional de Segurança Pública e ex-chefe da Coordenadoria de Análise e Planejamento da Secretaria da Segurança, Túlio Kahn.
Os resultados do levantamento mostram a baixa produtividade do sistema estadual de segurança pública. Em matéria de esclarecimento de roubos, por exemplo, o índice não chega a 2% ou 3%, diz Grella Vieira, depois de cobrar maior articulação entre o Executivo, o Ministério Público, a Justiça Criminal e o Congresso, onde tramitam vários projetos de reforma da legislação penal e da legislação processual penal. Como o estudo mostrou que é muito alto o número de ladrões que começam a delinquir aos 16 anos, em vez de aumentar o rigor das punições no Código Penal, a Câmara e o Senado deveriam reformar a Lei de Execuções Penais, revendo o regime de progressão da pena, e o Estatuto da Criança e do Adolescente, ampliando o tempo de internação de infratores que estão chegando à maioridade penal. "É preciso investir em medidas aplicáveis ao adolescente, principalmente quando completa 18 anos. Não resolve o problema pegar um adolescente de 16 anos e jogar na prisão", afirma.
De fato, quanto maior é a impunidade, maiores tendem a ser os índices de reiteração e de reincidência, como aponta a pesquisa, realimentando continuamente um cenário de violência e insegurança, em que as normas legais são ineficazes e sua violação, a regra. Fruto da melhoria da qualidade das estatísticas no setor, o levantamento é fundamental para embasar políticas destinadas a mudar esse cenário.
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