quarta-feira, 23 de maio de 2012

Crime cresce no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul em abril

Tanto o Rio de Janeiro quanto o Rio Grande do Sul tiveram aumento nos Índices Gerais de Criminalidade em abril de 2012. Mas os indicadores que estão puxando a criminalidade para o alto diferem nos dois estados.

No Rio de Janeiro a situação regride gradativamente desde fevereiro de 2011 em função:
a) da diminuição da queda dos roubos e homicídios dolosos;
b) do crescimento acentuado dos furtos de veículos e principalmente roubo de veículos, que puxam a criminalidade para cima. Os roubos de veículos aumentaram 38% em abril, comparado com o mesmo período do ano anterior.


Dataroubos RJvariaçãoroubo de veículos RJvariaçãofurto de veiculos RJvariaçãofurtos RJvariaçãohomicidio dolosos RJvariaçãoGERALRJ
2011/FEV9147-9,01494-14,11227-26,515181-7,2368-22,2-78,9
2011/MAR9723-16,51546-24,31354-21,01730011,3374-24,1-74,5
2011/ABR9146-12,91493-16,31293-18,9147897,2403-7,1-48,0
2011/MAI8945-16,11468-11,31360-18,6152360,43701,9-43,6
2011/JUN8549-12,81453-14,61244-21,514149-0,8313-9,8-59,5
2011/JUL8929-9,61612-3,21264-18,813807-2,43353,4-30,7
2011/AGO9134-5,216505,81250-23,214321-0,33738,4-14,5
2011/SET8889-8,616309,51274-9,5141752,3323-10,3-16,6
2011/OUT8552-14,816996,91413-8,513805-2,0318-21,7-40,1
2011/NOV8271-9,8159913,21263-4,2135730,8340-6,8-6,9
2011/DEZ8375-5,816159,11227-11,214638-1,5345-17,3-26,6
2012/JAN8423-8,716273,41384-2,7151340,8323-24,2-31,4
2012/FEV92060,6195330,7135110,11771116,73803,361,4
2012/MAR9432-3,0201930,614305,615309-11,53935,126,8
2012/ABR9073-0,8206438,214149,414393-2,7340-15,628,5



No Rio Grande do Sul, por sua vez, o cenário se deteriora desde aproximadamente janeiro de 2010, em função:
a) da diminuição da queda dos roubos e roubo de veículos e;
b) da inversão de tendência dos homicídios, que sobem 40% em abril de 2012, comparado ao mesmo período do ano anterior.


DataHomicídio variaçãoFurtos variaçãoFurto de veículo variaçãoRoubo variaçãoRoubo de veículo variaçãogeral RS
2010/JAN104-24,612980-17,81185-20,93462-22,9890-12,1-98,4
2010/DEZ140-2,112133-16,11138-15,13203-18,0775-18,2-69,5
2011/JAN144-17,214418-8,81243-8,73373-22,4862-15,9-73,0
2011/FEV127-19,113181-10,11060-13,83334-20,3886-9,2-72,5
2011/MAR134-15,214230-4,71262-5,54035-11,710637,6-29,4
2011/ABR1254,213636-3,41197-1,33764-11,796513,71,4
2011/MAI119-9,814278-0,812973,93882-9,89244,2-12,3
2011/JUN1182,613303-7,212356,13801-7,5788-8,3-14,3
2011/JUL14421,013078-3,612121,741767,492022,348,8
2011/AGO1370,714294-0,8126410,7422814,697915,740,9
2011/SET16224,612226-15,21279-1,637253,591916,627,9
2011/OUT14711,413435-3,21220-6,73613-1,09348,48,8
2011/NOV13832,712692-2,21143-3,53332-3,89112,425,5
2011/DEZ1421,411142-8,21107-2,73062-4,4759-2,1-15,9
2012/JAN19334,012829-11,01207-2,93361-0,48751,521,3
2012/FEV14514,212759-3,210670,734503,5100513,428,5
2012/MAR16422,413290-6,61231-2,53792-6,01005-5,51,8
2012/ABR17540,012148-10,912000,33640-3,3962-0,325,7



A análise sugere que as causas do aumento não são as mesmas no dois estados e alerta para a necessidade de detalhamento mais aprofundado das dinâmicas criminais estaduais, sob o risco de fazermos generalizações.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Santa Catarina tem aumento de roubo e queda de homicídio em março




A SSP de Santa Catarina divulgou esta semana as estatísticas criminais de março, fechando assim o primeiro trimestre do ano e permitindo a comparação com o mesmo período do ano anterior. Assim como em SP e RJ, houve crescimento de roubos no Estado, mas queda nos homicídios dolosos. Furtos oscilaram ligeiramente para baixo.


trimestreRoubo Furto Homicídio
1 trim 113062 30518 211
1 trim 123297 29241 186
variação7.7 -4.2 -11.8


É preciso observar que os dados publicados mensalmente pela SSP-SC são bastante instáveis, dai porque decidimos agregar por trimestre. De toda forma, é um dos poucos estados que tem publicado suas estatísticas mensais no site, desde 2011.

Manual para a construção de uma Guarita modelo

Como sabem que trabalho com segurança pública há anos, muitas pessoas (amigos, família, jornalistas, vizinhos, etc) acabam me pedindo "dicas" para sua segurança pessoal ou para sua casa ou empresa. Muitas destas perguntas tem relação com guaritas de prédios, em razão do crescimento dos roubos em condomínios.

Consultando a literatura percebi que há uma lacuna nesta área, salvo uma ou outra sugestão espalhada em diversos sites de segurança. Resolvi portanto consolidar numa espécie de manual as recomendações mais relevantes sobre o tema, incluindo tópicos como visibilidade, controle de acesso, materiais de construção, blindagem, mobiliário e utensílios do interior, softwares, iluminação, dimensões e posicionamento, etc. E, é claro, algumas recomendações sobre a conduta de funcionários pois as demais dicas pouco valem sem procedimentos operacionais corretos.

Há uma introdução contextualizando estas recomendações sobre a ótica do CPTED (crime prevention trough enviromental design), bibliografia pra quem quiser se aprofundar, lista de eventuais fornecedores, etc. Uma vez que se tratam de recomendações para o setor privado e não somos instituição de caridade, o manual está a venda no site da Amazon para quem tiver interesse.


Disponível na Amazon

http://www.amazon.com.br/Manual-para-constru%C3%A7%C3%A3o-Guarita-Modelo-ebook/dp/B00QXKXWJW/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1453812959&sr=8-1&keywords=tulio+kahn


http://www.amazon.com/Manual-constru%C3%A7%C3%A3o-Guarita-Modelo-Portuguese-ebook/dp/B00QXKXWJW/ref=la_B00R1QFXKS_1_10?s=books&ie=UTF8&qid=1459514582&sr=1-10

Bom proveito

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Alerta vermelho! Aumenta o número de estupros no Rio de Janeiro e em São Paulo

Alerta vermelho! Aumenta o número de estupros no Rio de Janeiro e em São Paulo

Por Mariana Sanches

Campanha do governo do Distrito Federal pelo aumento do número de denúncias de estupro
O número de estupros cresceu em março nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo em relação ao mesmo período de 2011. Os dados acabam de ser divulgados pelas respectivas Secretarias de Segurança Pública e ficaram escondidos diante das más notícias de aumento dos homicídios e nos crimes contra o patrimônio. Mas os aumentos são significativos e preocupantes.
No Rio de Janeiro, houve 434 ocorrências de estupro em março de 2011. Já em março de 2012, foram 545, um aumento de mais de 20%.
Em São Paulo, a ocorrência do crime cresceu 18%. Passou de 919 para 1088 casos no Estado.
A explicação dada pelo estado de São Paulo é  dupla: primeiro, argumenta,  a legislação mudou, passando a considerar como estupro qualquer violência sexual, tanto contra homem como contra mulher, o que aumentaria o número de crimes sob a rubrica estupro. Segundo, as mulheres estariam agora mais dispostas a fazer denúncias este ano do que no ano passado. Logo, o que teria aumentado seriam as notificações e não a quantidade de crimes em si.
O sociólogo Túlio Kahn, ex- chefe da CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento) da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, desmonta os argumentos do governo: “A mudança na legislação foi no ano retrasado e todos os reflexos dessa mudança já se expressaram na estatística de estupro do ano passado“, diz Kahn. “E não houve qualquer campanha de estímulo à denúncia das mulheres, como ocorreu quando se criou a Delegacia da Mulher“, completa.
De acordo com Kahn, a sensação geral de insegurança pode ter sido um elemento encorajador para que mais estupros fossem cometidos. Mas é difícil explicar exatamente o que motivou o aumento (embora o comportamento da mulher ou o tamanho de sua saia estejam descartados de qualquer análise séria, obviamente). Kahn lembra ainda que os pesquisadores notaram uma característica sazonal do estupro, com tendência a ocorrer mais fortemente no 1o e no 4o trimestres do ano.
Combater os estupros é uma tarefa difícil por duas razões: a baixa quantidade de denúncias e a proximidade entre vítima e agressor.
Uma pesquisa sobre vitimização feita por Kahn, quando ele trabalhava no Ilanud, o Instituto Latinoamericano das Nações Unidas para a Prevenção de Delito e o Tratamento do Delinquente, mostra que:
- Apenas 14% das vítimas desse tipo de agressão registram o fato na polícia.
- Somente em 18% dos casos, o autor do estupro usou algum tipo de arma – o que sugere proximidade e facilidade em abordar a vítima
- 47% da vítimas tinham menos de 18 anos, o que sugere que o aggressor tinha sobre ela algum tipo de autoridade
- 35% dos casos acontece dentro da casa da vítima, e 44%, em vias públicas
-  O número de casos aumenta nos fins de semana, especialmente a partir das 18 horas.

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